FABRICA DE LOUÇAS DE ALCANTARA
Motivo ASYLO MUNICIPAL DE LISBOA

Relativamente ao seu período de produção, apesar do livro Ceramica Portugueza de José Queiroz referir que a marca de fabrico estampada com a referência Faiança Fina está presente a partir do ano de 1886, a existência de marca de marca de água datada pelo mesmo para uma produção a partir de 1897, permite dizer que trata-se de um exemplar de fabrico no limiar do século XIX para o século XX.

Uma pesquisa realizada pela net permitiu verificar que o Asilo Municipal de Lisboa foi criado a partir da agregação de outros estabelecimentos do género no final de 1901 ao abrigo do Governo Civil, tendo sido extinto em Dezembro de 1905, em que os seus asilados terão sido distribuídos por outros estabelecimentos estatais, entre eles o da Casa Pia.
Neste sentido, perante as marcas de fabrico presentes no prato analisado e informação recolhida sobre o estabelecimento, pode-se afirmar que nem toda a produção com carimbo onde a designação Faiança Fina está presente, pode ser considerada como do século XIX, sendo necessário verificar se o carimbo redondo com inscrições Lopes & C.ª / Alcântara / Lisboa está presente de modo a obter-se uma datação mais precisa. Desconhece-se até ao momento em que ano foi adoptado em exclusivo a marca de fabrico referida por último.
Um agradecimento especial a Fernando Martins pela partilha de fotos do seu prato.
Quinta-feira, 31 de Maio de 2012
Anúncio Publicitário de 1888

Trata-se do documento publicitário mais antigo que se conhece relativo à fabrica em questão, confirmando então que nos primeiros anos de produção esta teria sido conhecida como Fábrica de Louça Ingleza tal como referido na obra de José Queiroz.
Sendo um anúncio publicitário, percebe-se então qual o género de produção inerente à fábrica entre 1887 e 1888, consistindo em itens utilitários de mesa e quarto, espécimes decorativos e loiça reforçada para sectores onde a qualidade da faiança utilitária não seria suficiente.
Mais à frente serão abordados outros anúncios publicitários relativos à Fábrica de Alcântara, no entanto, este será até à data o único que apresenta a marca de fabrico com a inscrição Louça à Ingleza, e que muito provavelmente marca um período de produção (1886 – 1888/1889).
Sexta-feira, 13 de Abril de 2012
Série FIGURA CLÁSSICA II

Relativamente ao período de produção, este deverá ter sido produzido no ano de 1897 para a frente.
Nas imagens em baixo volta-se a mostrar os outros exemplares pertencentes à série referida.


Um agradecimento especial a um dos seguidores anónimos deste blogue, pela gentileza na cedência de fotos do seu prato.
Sexta-feira, 23 de Março de 2012
Série PAISAGEM MARÍTIMA IV

Relativamente ao seu período de produção, não foi possível obter uma foto da respectiva marca de fabrico, pelo que não é possível apontar com rigor um período de produção.
Sexta-feira, 16 de Março de 2012
O DEPÓSITO CENTRAL NA RUA DA PRATA

Infelizmente não foi possível precisar em que ano terá sido retirada, no entanto, segundo informações que obtive sobre a alteração do depósito central da Rua da Assunção nº 37 a 39 para a Rua da Prata nº 249 a 255, tal terá ocorrido muito provavelmente no ano de 1899, pelo que poderá ter sido retirada já nos primeiros anos do século XX.
Pela fraca qualidade da imagem não é possível visualizar o espólio no interior da loja, no entanto, os reclames publicitários relativos à fábrica na esquina do prédio tomam uma importância significativa, pois abordam o período em que a Fábrica de Alcântara utilizou dupla marca identificativa nas suas peças: o carimbo estampado em forma de cruz com a referência Fábrica d’Alcântara / Faiança Fina / L. & C. / Lisboa, e marca incisa na pasta Lopes & C.ª / Alcântara / Lisboa.
Referir ainda que num dos reclames publicitários está também referido a localização da fábrica na Rua Corrêa Guedes nº 2 a 14, assim como o tipo de produção desenvolvida: a faiança ou louça feldspática.
Sábado, 10 de Março de 2012
Motivo EGYPCIO II

Segundo informações recentes que apurei sobre a produção da Fábrica de Louça de Alcântara, o carimbo desta peça com a inscrição Fábrica d’Alcântara / Louça à Ingleza / Lisboa / L. & C., pode ser balizado entre 1886 a 1889, consistindo então na primeira marca de produção da firma Lopes & C.ª.

Destaco o espécime de hoje por servir de suporte a uma terrina de formato redondo, formato de serviço de jantar ainda referido no catálogo de 1901 referente à Exposição de Cerâmica no Palácio de Cristal no Porto.
Sábado, 3 de Março de 2012
Motivo DIARIO ILLUSTRADO

Espécime decorado com vista parcial da Torre de Belém, Aqueduto das Águas Livres e possivelmente a Estátua de D. Pedro IV, além de objectos quotidianos e personagens de diversas classes sociais.
Relativamente ao seu período de produção, segundo o livro Ceramica Portugueza, do autor José Queiroz, 1907, pp. 335, item 138, trata-se de uma peça com marca de fabrico a começar em 1886, visto ser o ano em que a Fábrica de Alcântara é adquirida pelos proprietários Lopes & C.ª. No entanto, sendo o motivo baseado num cabeçalho de uma publicação do 16º ano, o espécime em causa terá sido produzido muito provavelmente no ano de 1887.

Na foto em baixo é possível ver o cabeçalho completo do jornal referido, tendo sido desenvolvido por ilustrador por mim desconhecido, até porque é difícil percepcionar a sua assinatura completa.

Um cinzeiro com igual formato já foi abordado neste blogue, nomeadamente o exemplar dedicado ao jornal O Pimpão de Alfredo de Moraes Pinto. Sendo as peças sensivelmente do ano de 1887, penso que será possível pertencerem a uma série com mais exemplares decorados com jornais contemporâneos.

Um agradecimento especial a Fernando Martins pela partilha de fotos da sua peça.
Mensagens antigas Página inicial
Motivo ESTIO? -> Marca de fabrico por catalogar

Aproveitando o mote de comparação de peças entre fábricas contemporâneas, hoje coloco um prato de decoração coincidente entre a Fábrica de Louça de Alcântara e a Fábrica de Massarelos.
O primeiro prato analisado pertence a Alcântara e apresenta motivo desconhecido até à data. É um espécime decorado em tom monocromado a negro com padrão baseado em composições vegetalistas, em que podem identificar-se bouquets de silvas com amoras, espigas e flores. Em destaque, visualiza-se um leque e representação de aves.


Apesar de já ter analisado um espécime com a mesma decoração, este destaca-se pela marca de fabrico gravada na pasta com as referências: Chambers & Cª / Alcântara / Lisboa. É a primeira vez que constato tal marca, pelo que será um carimbo ainda por datar, o que me fez criar uma suposição importante sobre a história da Fábrica de Alcântara, já que abre espaço a um novo período de fabrico da mesma.

Em primeiro lugar coloco algumas fotos de um prato de generosas dimensões da Fábrica de Massarelos com marca de fabrico a começar em 1912 durante a gestão da firma de Chambers & Wall.


Sendo o prato de Alcântara já do século XX visto não haver referências de que a gerência Lopes & Cª. tenha alternado com outra durante todo o período em que esteve à frente da fábrica, teria algum membro da família Chambers ou mesmo um dos proprietários da fábrica de Massarelos adquirido a fábrica de Alcântara nos primeiros anos do século XX?
Esta suposição seria então suportada pela rara marca de fabrico presente no prato de Alcântara e pela coincidência de desenho denominada por Massarelos como Estio, se bem que ainda existem outras decorações com motivos coincidentes entre estas fábricas.
Até à pouco tempo tinha atribuído a este desenho a denominação Leques visto ser o tema principal da decoração, mas visualização de outro prato também com decoração central com leque e mais semelhante com a produção da Fábrica de Loiça de Sacavém fez-me mudar de opinião. É um assunto para outra altura.
Comparando ainda os pratos de Alcântara, ou seja, o hoje analisado e já referido (ver última foto), verifica-se que o primeiro apresenta uma estampa de menores dimensões na composição maior, se bem que apresentam o mesmo diâmetro, pormenor que reflecte a diferença de períodos de fabrico dos mesmos.

Um agradecimento especial ao proprietário do prato de Massarelos e ao seu fotografo por terem possibilitado a comparação de pratos destas duas fábricas.